quinta-feira, 17 de maio de 2012

Chapeuzinho Verde

                 Chapeuzinho Verde


  Era uma vez, numa pequena vila perto de uma verdejante floresta, uma menina de olhos cor de esmeralda.
  Todos gostavam muito dela, e sua avó mais ainda, tanto que lhe deu de presente uma pequena capa com capuz. A roupa era verde-dólar, quer dizer, verde-musgo, e a menina ia com ela para tudo quanto é lugar. E por causa disso, é claro que as pessoas começaram a chamá-la de Chapeuzinho Verde-Musgo.
  Tudo ia calmo e tranquilo até que um dia sua mãe disse:
  -Chapeuzinho, leve esta torta de limão para sua avó que vive lá no meio da floresta. Ela está é muito avarenta para comprar um docinho, e se a gente não manda uma coisinha para ela de vez em quando, ela vai acabar magra feito um palito.”
  -Pode deixar, mamãe, vou levar estas coisas para a vovó. A senhora pode me dar dinheiro para o ônibus?
  -Mas você vai a pé!?
  -Então me dá dinheiro para a sola de sapato!
  -Nunca vi menina para gostar tanto assim de dinheiro! Tá bom, pega. Mas tome muito cuidado. Não saia do caminho porque a floresta é perigosa.
  Então a menina colocou a torta de limão numa cesta, deu um beijo na mãe e partiu.
  No caminho, ela cantava assim:
  “Pela estrada afora,
  Eu vou tão mesquinha.
  Pedirei mais grana
  Para a vovozinha.”
  Chapeuzinho entrou pela floresta e foi andando, andando, até que, de repente, o Lobo saiu de trás de uma moita.
  -Bom dia, menina do Chapeuzinho Verde.
  -Bom dia, senhor.
  -O que você leva nesta cesta?
  -Uma torta de limão.
  -Para mim?
  -Só se o senhor tiver dinheiro para comprá-la.
  -Não tenho nem um tostão.
  -Então vou levá-la para a minha avó que vive na Casa Verde lá no meio da floresta.
  Aí o Lobo pensou: Todo mundo fala que a velhinha da Casa Verde tem um monte de jóias. Acho que vou comer a avó, a menina, e ainda vou roubar as jóias.
  Mas ele não podia comer Chapeuzinho ali, no meio do caminho, pois algum Caçador que estivesse por perto poderia escutar os gritos da menina.
   Foi quando o Lobo teve uma idéia e disse:
  -Está vendo aquela trilha? Ela também vai até a casa de sua avó. É um pouco mais comprida, mas tem uma fonte onde as pessoas jogam moedas. Por que você não vai por ali e pegas umas para você?
  -Que boa idéia! Vou fazer isso mesmo!
  Assim, Chapeuzinho pegou o outro caminho, ficou catando moedinhas e nem viu o tempo passar. Enquanto isso, o Lobo foi pelo caminho mais curto até a casa da avó. Quando lá chegou, bateu na porta: “Tuc, tuc, tuc.”
  -Quem é?, perguntou a velhinha lá de dentro.
  -Sou eu, sua netinha, vim trazer uma torta de limão para a senhora, falou o Lobo disfarçando a voz.
  A Vovó levantou-se, viu se seu cofre estava bem trancado (ela achava que sua neta só ia lá porque estava de olho nas suas jóias) e abriu a porta. Quando fez isso, nem teve tempo de abrir a boca de espanto, porque o Lobo pulou sobre ela e devorou-a de um só bocado.
  Depois ele pensou em roubar as jóias da Vovó, mas, como precisava fazer a digestão, deitou-se para esperar Chapeuzinho.
  Finalmente, quando ela chegou à casa da avó, bateu na porta: “Tuc, tuc, tuc.”
 -Quem bate?, perguntou o Lobo imitando a voz da vovó.
  -Sou eu, sua netinha.
  -Entre, minha querida, eu não via a hora de você chegar.
  Chapeuzinho abriu a porta lentamente e foi até a cama da avó. O Lobo estava embaixo das cobertas e usando a touca, de modo que só se podia ver um pouco de seu rosto. A menina, percebendo que havia alguma coisa esquisita por ali, perguntou:
  -Vovó, por que você tem orelhas tão grandes?
  -Para ouvir o tilintar das moedas.
  -E estes olhos tão grandes?
  -São para ver os extratos do banco.
  -E estas mãos tão grandes?
  -São para contar dinheiro mais rápido.
  -E este nariz tão grande?
  -É para sentir o cheiro das notas.
  -E essa boca tão grande?
  Então o Lobo parou de imitar a Vovó e falou com sua voz terrível: “Essa é para te comer!”.
  Depois disso ele saltou sobre a menina e a engoliu à vista, ou seja, de uma só vez. E aí foi tirar uma sonequinha.
  Como estava com a barriga muito cheia, logo começou a roncar bem alto. Tão alto que um caçador escutou aquele barulho e resolveu dar uma olhada.
  Quando abriu a porta e viu o Lobo dormindo com aquele barrigão, o Caçador pensou: puxa vida, esse lobo é de um tipo bem raro! Se eu tirar a pele dele, poderei vendê-la e ficarei rico.
  Então o Caçador colocou balas em sua espingarda, apontou para o Lobo e CABUM!, matou o Lobo.
 Depois, quando estava abrindo sua barriga com cuidado para não estragar a pele, viu que Chapeuzinho Verde e sua avó estavam lá dentro. Como não é todo dia que aparecem oportunidades de se ganhar algum dinheiro extra, o Caçador disse:
  -Olha, eu até posso tirar vocês duas daí, mas isso vai me tomar muitas horas, então, antes de começar, eu queria saber se vocês poderiam me pagar por esse trabalho.
  -Pode pegar as minhas jóias que estão no cofre, disse a Vovó.
  -E eu tenho as moedinhas que apanhei pelo caminho, falou Chapeuzinho.
  Então o Caçador pegou as jóias, as moedinhas, e tirou as duas de dentro da barriga do Lobo. E todo mundo viveu feliz para sempre!
“A moral dessa história é: O dinheiro não traz felicidade, e atrai um monte de malandros.





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